NÃO HÁ AVANÇOS EM MAIS UMA RODADA DE NEGOCIAÇÃO DAS CONVENÇÕES COLETIVAS DOS TRABALHADORES DO COMÉRCIO
Publicado em 14 de abril de 2025
Não houve avanços em mais uma rodada de negociações das convenções coletivas de trabalho dos comerciários e serviços do Estado de Sergipe. Em reunião ocorrida na quinta-feira, 10, desta vez sob a mediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, o setor patronal se mostrou insensível às demandas da categoria – a reunião ocorreu na sede do órgão, em Aracaju.
“É lamentável e preocupante a situação dos trabalhadores e trabalhadoras desses ramos de atividades, algo nunca visto até hoje. Salários achatados, jornadas excessivas de trabalho, descumprimento da legislação da jornada da mulher, metas inalcançáveis, pressão psicológica, adoecimento, uma vergonha o que a categoria está passando”, protesta em Ronildo Almeida, presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe (Fecomse).
Para o dirigente sindical, faz-se necessária uma negociação urgente, que traga respeito e dignidade para toda categoria, já que a data-base da maioria dos setores é janeiro e a pauta de reivindicação foi entregue ao patronato desde o ano passado. “Nada justifica o momento pelo qual estamos passando, e ainda por cima tentam nos obrigar a trabalhar nos feriados. É preciso recuperar o respeito e o tratamento digno, não podemos ser tratados como objetos, como um nada”, pontua Ronildo Almeida.
Descaso e desrespeito – “Somos nós, trabalhadoras e trabalhadores que, através da nossa mão de obra, fazemos movimentar a economia e geramos os lucros para os patrões. Estamos regredindo no tempo, vivendo mal, perdendo o poder de compra. Não é concebível vivermos essa situação, de descaso e desrespeito. Precisamos de salários dignos e vida decente, inclusive, acabando com essa escala de trabalho 6X1, que tanto humilha a classe trabalhadora. Precisamos acabar com esse famigerado banco de horas que tanto explora e inibe novas contratações”, argumenta o presidente da Fecomse.
Para Ronildo Almeida, é preciso sentar à mesa de negociações com respeito e sensibilidade e fechar as convenções coletivas de trabalho, trazendo paz e respeito para todos. “Os trabalhadores e as trabalhadoras, como sempre, deram sua contribuição para o bom funcionamento das empresas. Não estamos pedindo favor, mas o pagamento das dívidas que o setor patronal tem com os seus empregados. Queremos salários justos e vida além do trabalho”, pondera Ronildo Almeida.
O dirigente da Fecomse ressalta que as entidades sindicais dos trabalhadores continuam abertas ao diálogo para discutir jornada de trabalho, feriados, horas extras, piso da categoria, reajustes salariais e condições de trabalho. “A classe trabalhadora mantém as portas abertas para os entendimentos e as negociações”, observa.
Pauta – Entre as reivindicações dos trabalhadores estão a manutenção de cláusulas das convenções coletivas vigentes, recomposições salariais e discussão de algumas cláusulas novas que se fazem necessárias.
Por Tereza Andrade – foto Márcio Garcez
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