Amapá confirma morte de dois bebês por sarampo após duas décadas sem registro
Publicado em 14 de maio de 2021
A morte de dois bebês por sarampo foi confirmada pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS/AP) na sexta-feira (14). O estado não registrava mortes causadas pela doença há duas décadas. Os óbitos são de duas meninas, sendo uma na capital, Macapá, e outra, em uma aldeia indígena, no município de Pedra Branca do Amapari, região central do Amapá.
No caso da capital, o óbito ocorreu no dia 28 de março. A menina tinha 7 meses e começou a apresentar os primeiros sintomas no dia 24 de fevereiro. Ela não estava vacinada. Já a criança indígena tinha 4 meses – ainda fora da faixa etária de vacinação – e faleceu no dia 19 de abril teve confirmação de sarampo.
Os exames para confirmar a doença foram realizados pelo Laboratório Central do Amapá (Lacen) e pela Fiocruz, no Rio de Janeiro. A Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS/AP) informou que é preciso reforçar as campanhas de vacinação para enfrentar o surto de sarampo no estado.
Já são 320 casos de sarampo confirmados no Amapá até este mês de maio, contra 297 em todo o ano passado. Em 2019 foram registrados apenas dois casos de sarampo no estado.
Os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que a taxa de vacinação contra o sarampo ainda é pequena em todo Amapá. Apenas 10% para primeira dose e cerca de 5% para a segunda.
Somente em 2019, o sarampo matou mais de 207 mil pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Só nos últimos três anos, tivemos um aumento de 50% nos casos ao redor do mundo. Dados da Iniciativa do Sarampo e Rubéola, implementada pela agência da ONU e parceiros, revela que o total de mortes aumentou pela metade ao atingir 869.770 entre 2016 e 2019.
Apesar da diminuição nas notificações de casos em 2020, não significa que estamos perto da erradicação da doença. Acredita-se que o cenário da pandemia e os esforços para conter o avanço do coronavírus foram os principais responsáveis pela queda de casos registrados.
Os sintomas do sarampo são parecidos com os da covid-19, como tosse e febre. A doença é altamente contagiosa, afetando crianças e adultos. A única forma de prevenção é a vacina, que precisa ser aplicada em pelo menos duas doses.
Em regiões que enfrentam surto de sarampo, o Ministério da Saúde recomenda o uso de três doses de vacina: dose zero (D0) para crianças entre 6 e 11 meses de idade, dose um (D1) com 12 meses, e dose dois (D2) com 15 meses de idade. Em estados sem surto, somente duas doses são suficientes (D1 e D2).