Brasil tem pior dia da pandemia com 4.211 mortos em 24 horas
Publicado em 7 de abril de 2021
O Brasil bateu, mais uma vez, recorde no número de mortes pela covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmados 4.211 óbitos em todo o país. É a primeira vez que o índice supera a casa de 4 mil.
Em um mês, o Brasil dobrou o número de mortes em um dia pela covid. No dia 6 de março, o recorde da pandemia era de 1.840 vidas perdidas por dia. Quatro dias depois, registrou mais de 2.000 óbitos nas últimas 24 horas. Após duas semanas, em 23 de março, o país superou a marca de 3.000 mortes no mesmo dia. Com a progressão, o número total de mortes da pandemia é de 337.364.
Nos últimos sete dias, morreram, em média, 2.775 pessoas em decorrência da doença no país. Este é o 75º dia em que a média fica acima de mil.
O levantamento de dados mostra o avanço da covid no Brasil. Em março, o país teve o mês mais letal da pandemia, com mais de 66 mil pessoas mortas. Para abril, entretanto, a previsão é de que o Brasil tenha 100 mil mortes pela covid-19, apontam projeções são da Universidade de Washington.
Do dia 05 para 06, foram registrados 82.869 novos casos de covid-19, chegando a um total de 13.106.058 pessoas já infectadas. Os dados não representam quando os óbitos e diagnósticos de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a constar das bases oficiais dos governos.
Já de acordo com os dados do governo federal, foram reportados 4.195 óbitos causados pela doença entre os dias 05 e 06. Até então, pelos números do ministério, o recorde anterior havia sido computado em 31 de março, com 3.869 mortes. Desde o início da pandemia, o total de mortos em todo o país subiu para 336.947.
Pelos dados da pasta, houve 86.979 diagnósticos positivos para o novo coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 13.100.580 o total de infectados no país desde março de 2020. Desse total, 11.558.784 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.204.849 em acompanhamento.
Três regiões do país apresentam números em estabilidade: Norte (-1%), Nordeste (11%) e Sul (-11%). Centro-Oeste (30%) e Sudeste (52%) estão em aceleração. No geral, o Brasil apresenta aceleração de 22% na variação de 14 dias.
São 13 estados e o DF com alta nos registros, enquanto oito apresentam estabilidade e outros cinco estão em queda.
O elevado número de novos óbitos foi puxado principalmente pelo estado de São Paulo, que bateu hoje um novo recorde de mortes por covid-19 ao registrar 1.389 óbitos em 24 horas. O recorde anterior havia sido registrado na última terça-feira (6), quando o estado marcou 1.389 mortes em um dia.
Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência de São Paulo, disse que o novo recorde já era esperado devido às subnotificações de óbitos que acontecem aos finais de semana e feriados e também pelo número de internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“A situação é muito difícil, dramática e triste”, afirmou em entrevista à CNN Brasil. De acordo com Menezes, o número de internações em UTI vem se estabilizando no estado, apesar de continuar em um nível “altíssimo” — na segunda (5), 12.963 pessoas se encontravam em quadro grave e passavam por tratamento intensivo.
Por isso, segundo o coordenador, é possível que a fase emergencial seja prorrogada no estado. Na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) decidiu antecipar para a semana passada cinco feriados municipais, em uma tentativa de conter o agravamento da pandemia.
A antecipação dos feriados, no entanto, não foi suficiente para aumentar os índices de isolamento social na cidade e no estado de São Paulo.
Já no Rio Grande do Sul, foram registradas 418 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. O estado, que nas últimas semanas passou por uma situação de altíssima pressão sobre o sistema hospitalar, tem visto agora uma redução na ocupação de leitos de UTI.
Mesmo assim, pelo menos 4 das 21 “regiões covid” que compõem o estado estão hoje com a capacidade de UTI esgotada. São elas: Passo Fundo, Lajeado, Uruguaiana e Cachoeira do Sul.
No Rio de Janeiro, onde foram contabilizados 347 óbitos pela doença nas últimas 24 horas, a taxa de ocupação de UTIs também preocupa. Em 5 das 9 regiões do estado, a ocupação nas UTIs para pacientes com covid-19 está acima de 90%.
Do dia 26 de março a 4 de abril, o estado teve um recesso de 10 dias com a antecipação de feriados. O objetivo era reduzir a circulação das pessoas e a pressão sobre o sistema de saúde com o aumento de casos de covid-19.
Mas, mesmo antes do fim do recesso antecipado, pelo menos 4 cidades do estado começaram a flexibilizar as medidas de restrição: a capital, Niterói, Nova Iguaçu e Japeri.
Dez estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Nestes locais, o total de vítimas soma 3.505:
São Paulo – 1.389
Rio Grande do Sul – 418
Goiás – 366
Rio de Janeiro – 347
Paraná – 280
Santa Catarina – 224
Ceará – 142
Bahia – 122
Espírito Santo – 110
Mato Grosso – 107
Região Sudeste
Espírito Santo: aceleração (51%)
Minas Gerais: aceleração (28%)
Rio de Janeiro: aceleração (104%)
São Paulo: aceleração (50%)
Região Norte
Acre: queda (-20%)
Amazonas: queda (-26%)
Amapá: aceleração (29%)
Pará: aceleração (20%)
Rondônia: estabilidade (-9%)
Roraima: queda (-24%)
Tocantins: estabilidade (1%)
Região Nordeste
Alagoas: estabilidade (8%)
Bahia: queda (-17%)
Ceará: aceleração (36%)
Maranhão: aceleração (26%)
Paraíba: aceleração (20%)
Pernambuco: aceleração (22%)
Piauí: aceleração (20%)
Rio Grande do Norte: estabilidade (5%)
Sergipe: estabilidade (2%)
Região Centro-Oeste
Distrito Federal: aceleração (55%)
Goiás: estabilidade (7%)
Mato Grosso: aceleração (26%)
Mato Grosso do Sul: aceleração (70%)
Região Sul
Paraná: estabilidade (-7%)
Rio Grande do Sul: queda (-18%)
Santa Catarina: estabilidade (-1%)